O risco que corre João Haroldo em Colinas…

Vice-prefeito reeleito de Colinas, João Haroldo Barroso só poderá disputar este ano a eleição de prefeito ou de vereador. Como a irmã Régia Barroso é vereadora de segundo ou terceiro mandato, a rigor entende-se ser natural que ela dispute a própria reeleição e não abra mão para o irmão.

Eleito em 2016 e reeleito em 2020 ao lado da prefeita Valmira Miranda, numa aliança inusitada com os Brandão – já que até aquele ano toda a família fazia parte do governo Antonio Carlos, inclusive com o próprio João Haroldo na condição de secretário Municipal de Esporte – os Barroso sonhavam com a unção de João Haroldo à condição de candidato natural do grupo Brandão. Falam, inclusive, que há um acordo firmado nesse sentido, sacramentado no Palácio dos Leões, sob o testemunho do então governador Flávio Dino.

Com ou sem acordo, certo mesmo é que o grupo Brandão já tem nome próprio para a disputa e ele será o do vereador e presidente da Câmara Municipal, Renato Santos. Comenta-se que até para a vaga de vice que outrora seria destinada a alguém da família Barroso, caso fosse mantida a aliança inciada em 2016, os Brandão também já teria um nome, que é o da vereadora Valberlene Lopes. Valberlene seria, digamos assim, uma indicação pessoal da prefeita Valmira Miranda, de quem é muito amiga.

Todos os movimentos da Barrosada indicam que eles vão mesmo lançar João Haroldo prefeito. O problema são as consequências que esse lançamento pode trazer. Por exemplo: há muitos cargos no estado e prefeitura sendo ocupados por pessoas indicadas por eles. A esposa do deputado federal Márcio Jerry, Lene Rodrigues, é a secretária de Estado das Cidades. Fora outras dezenas de cargos no segundo e terceiro escalões do governo ocupados por gente deles. Com João Haroldo candidato – adversário, portanto, de Renato – , eles terão que abrir mão de todos esses cargos.

Mas o risco principal que João Haroldo corre é ficar atrás da ex-vice-prefeita Shâmia Madeira na disputa. Vamos explicar: é sabido que algo em torno de 25% a 30% dos eleitores colinenses, quiçá até mais que isso, não votam de jeito nenhum nos Brandão. Esses eleitores estão à deriva, esperando um nome que possa lhes representar, falar a linguagem deles. Ser o anti-Brandão de fato.

João Haroldo, pelo visto, não quer ser o anti-Brandão, o opositor mais ferrenho, aquele que herdará o quinhão eleitoral que outrora foi do ex-prefeito Antonio Carlos. E nem poderá sê-lo exatamente para não ser incoerente, uma vez que fez ou faz parte do governo desde 2017 quando assumiu junto com Valmira. Com isso, o mais provável é que esse eleitorado oposicionista ex-carlista se identifique mais com a ex-vice-prefeita Shâmia do que com João Haroldo, que é inclusive constantemente acusado por esse eleitorado de ter contribuído com a derrota do prefeito Antonio Carlos em 2016.

E aí o risco maior que corre João Haroldo é sair da disputa menor que Shâmia Madeira.