Jerry não consegue digerir a humilhação que sofreu em Colinas…

Parte – ou o todo mesmo – dos fuxicos levados ao ministro Flávio Dino, do STF, envolvendo a política maranhense, notadamente o clã Brandão, tem as digitais do deputado federal Márcio Jerry, que é conterrâneo do governador.
E tudo por várias razões, mas uma em especial: Márcio Jerry ainda não digeriu – e pelo visto não vai digerir tão cedo – a humilhante derrota que sofreu lá na cidade de Colinas. O irmão de Jerry, atual vice-prefeito João Haroldo, disputou e foi derrotado por Renato Santos, que tinha o apoio dos Brandão.
A história política dos Brandão e Barroso merece pelo menos dois parágrafos aqui. Desde que José Henrique Barbosa Brandão, irmão do governador Carlos Brandão, entrou na política lá no distante ano de 1992 e foi eleito com o apoio do ex-prefeito Gonçalo Banana, a família de Márcio Jerry sempre ficou do lado oposto ao que os Brandão estavam.
Professora e militante de esquerda, a mãe de Márcio Jerry, professora Graça Saraiva, já chegou a disputar o cargo de vice-prefeita em 1996, quando José Henrique Brandão encerrava seu primeiro mandato. A história política dos dois clãs sempre andou por caminhos opostos. Foi assim em 1992, 1996, 2000, 2004, 2008 e 2012. O casamento por conveniência veio em 2016 com João Haroldo entrando como vice de Valmira, que foi eleita prefeita com o apoio dos Leões onde Jerry rugia grosso.
Em 2020 a união permaneceu, mesmo a contragosto das duas partes. Dormindo em camas políticas separadas, os Brandão e Barroso se suportavam. O divórcio definitivo veio este ano, com as duas famílias se enfrentando e a Barrosada toda sendo praticamente escorraçada da história política de Colinas. A humilhação foi tão grande que Jerry não conseguiu reeleger nem a irmã vereadora.
Sem poder no Estado e sem influência em Colinas, ao deputado federal do baixo clero não resta outra alternativa que não conspirar dia e noite contra os Brandão levando fuxicos diariamente para o ministro Flávio Dino.
Que não deixa de ser um fim melancólico para quem, por quase oito anos, foi um dos homens mais poderosos da política do Maranhão.