Reaja, Carlos Brandão!

O governador Carlos Brandão enfrenta o maior desafio de sua trajetória política.
Mais bem-sucedido expoente do clã que leva seu sobrenome, o chefe do Palácio dos Leões acumula revezes consecutivos desde que decidiu tomar as rédeas do próprio destino.
A crise com Flávio Dino começou em dezembro de 2022, mas virou confronto aberto com a exoneração de Felipe Camarão da Secretaria de Educação.
Desde então, o vice escolhido a dedo por Dino não consegue governar, muito menos consolidar-se como a liderança política que esperou por sete anos e três meses para alcançar o topo do poder no Maranhão.
Ontem, uma liminar do ministro Alexandre de Moraes afastou Marcus Brandão, irmão do governador, do cargo de diretor político da Assembleia Legislativa. Outros familiares e aliados do clã também foram chutados da estrutura administrativa do estado.
O boicote comunossocialista põe em xeque a força de Brandão em várias frentes, afetando até instituições como a OAB e o Tribunal de Justiça.
O absurdo é tamanho que nem o diretor-presidente do Porto do Itaqui o governador consegue nomear.
A intriga dos vizinhos da Rua do Cancão chegou à Praça Pedro II e fez reféns os leões de bronze do Palácio.
Carlos Brandão precisa reagir antes de ser destronado por aqueles que o colocaram no poder, acreditando que poderiam domá-lo e mandar no Maranhão direto de Brasília.
Se errou ao frustrar as expectativas dos dinistas em busca de sobrevivência, Brandão piora a situação ao ver, atônito e se esgueirando pelos corredores, seu legado ser destruído, com as cabeças de familiares e aliados espetadas em estacas.
Ou o governador toma providências urgentes, ou entrará para a história como um líder fraco, que perdeu as rédeas do poder por inépcia.
Os próximos movimentos vão decidir o futuro do clã Brandão: o de um líder audacioso, que enfrentou as estruturas do atraso, ou de um refém fragilizado, alvo dos próprios insatisfeitos que alimentou.
(Marrapá)